A APBrava conversou com o Capitão do CBM – SC
Confira na íntegra a entrevista realizada pela Associação Praia Brava com o Sr. Charles Alexandre Vieira, Capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
APB: O serviço de Guarda Vidas abrangeu quantas praias catarinenses? Destas quais são as mais perigosas?
Cap. Vieira: O serviço de guarda-vidas e salvamento aquático na Operação Veraneio 2010/2011 abrangeu 22 praias da Ilha de Florianópolis, além da Lagoa do Peri e Lagoa da Conceição. Com relação à segurança nas praias, vale ressaltar que toda praia é potencialmente perigosa, pois seus riscos vão desde a variação brusca de profundidade da água até as correntes de retorno, que são responsáveis por 90% dos acidentes no mar. Com isso, é difícil dizer qual das praias é a mais perigosa, pois o risco de afogamento depende muito do conhecimento de mar do banhista em saber até onde ele pode nadar ou não, mas principalmente, do respeito que os banhistas têm em relação às orientações que os guarda-vidas dão na praia, realizando inúmeras prevenções de acidentes no mar. A praia Brava é classificada como praia de tombo, sendo assim, possui várias correntes de retorno (repuxos) o que a faz com que o Corpo de Bombeiros Militar dê uma atenção especial a ela por esse motivo e pela importância turística para Florianópolis colocando inclusive um Jet-Ski para salvamentos de forma a fazer dela uma praia segura para os banhistas.
APB: O Corpo de Guarda Vidas é composto por Bombeiros Militares e Civis. Qual a relação em números entre eles e como são remunerados os Guarda Vidas Civis?
Cap. Vieira: A relação de militares e civis varia de acordo com a praia, mas em linhas gerais temos em média 1 (um) guarda-vidas Bombeiro Militar para cada 6 (seis) guarda-vidas civis temporários. Vale ressaltar que os Guarda-Vidas Militares são os responsáveis pelo serviço de salvamento aquático e atendimento pré-hospitalar da praia em que trabalham, tendo como tarefa comandar todo o efetivo de guarda-vidas civis temporários. É importante afirmar que os guarda-vidas civis temporários são submetidos a um curso de formação de salvamento aquático por um período de 5 semanas, o qual é ministrado e coordenado pelo Corpo de Bombeiros Militar. Após o término do curso, eles poderão ser convocados pelo governo estadual a trabalhar de forma voluntária recebendo, por turno trabalhado, uma ajuda de custo a título de indenização por suas despesas em consonância com o estabelecido nos parágrafos 1º e 2º do Art 6º da Lei Estadual nº 13.880, de 04 de dezembro de 2006.
APB: No balanço da grande Florianópolis, como foi o atendimento na Praia Brava?
Cap. Vieira: Pode-se dizer que nessa temporada o atendimento de salvamento aquático na Praia Brava pode ser considerado excelente. Foram apenas 5 ocorrências de afogamento as quais foram resgatadas e salvas graças ao serviço de Guarda-Vidas dessa praia. Além disso, temos o registro de 17.310 prevenções de afogamento que basicamente foram feitas com a utilização de apito e orientação aos banhistas sobre os perigos do mar que, em outras palavras. corresponde 17310 pessoas que potencialmente estariam em perigo e foram salvas antes mesmo de acontecer o acidente, devido à orientação dos guarda-vidas.
APB: Como o senhor enquadra a parceria APBRAVA (Associação Praia Brava) com o serviço Salva Vidas, tanto em equipamentos como em manutenção?
Cap. Vieira: A parceria da APBRAVA com o Corpo de Bombeiros Militar foi essencial nessa temporada com compra de equipamentos, manutenção do Posto de Salvamento e alimentação aos Guarda-Vidas, o que influenciou diretamente no serviço de Salvamento Aquático, resultando num excelente trabalho nessa temporada de verão.